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Foto do escritorEliza Edgar

O dia em que conheci a silepse

Atualizado: 14 de jun. de 2021

(e quase morri de desgosto).




Que a língua portuguesa não é para amadores, todos sabemos. De toda uma população, gente que banca o escrivinhador levam a pior: precisam conhecer todas as regras dos porques, o emprego correto da marvada vírgula, concordância e regência de tudo que é tipo, próclise, ênclise e mesóclise (sim, não é só o Michel Temer que usa) e todas as pequenas pedras no sapato de todo que redige textos em português.


Perceberam algo estranho no parágrafo anterior?


Com certeza vocês já devem ter ouvido falar na escola (pelo menos, espero) sobre figuras de linguagem retória. Pra refrescar a memória de quem precisa, figuras de linguagem são expressividades da língua falada e/ou escrita. Bons exemplos conhecidos de todos são as metáforas (quando se substitui um elemento pelo outro em forma de espelhamento) e comparações (não preciso explicar essa, né?).


Exemplo de metáfora:


Exemplo de comparação:



Porém nem todas as figuras são tão claras e conhecidas. Algumas são tão obscuras, que habitam no limbo das normas gramaticais. Esse post aqui é pra falar exclusivamente de uma: a silepse.

Silepse é uma noção de pensamento pressuposto a partir de um termo já explicitado no texto. Não entendeu? Pera, que vou exemplificar:


"A maioria dos alunos reprovaram em português."


"Todos preferimos ir a pé."


"O casal concordou. Foram embora."


Sim, as três frases possuem concordância quanto ao que a palavra/ideia representa.

E o povo quer saber:


É errado?


Do ponto de vista gramatical, se trata de erro de sintaxe e concordância. Porém para tal sentença, precisa ser levado todos os contextos e nuances do texto apresentado. De um modo geral, o uso causa estranheza no leitor/ouvinte, especialmente em casos de silepses próximas, como a dos exemplos acima.

Então é melhor evitar.


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