Tem uns dias que Britney Spears fez um desabafo na internet sobre o fato de sua vida não ser um conto de fadas. Quem foi adolescente entre o final dos anos 90 e início dos anos 2000, ainda que não seja o tipo de pessoa que acompanha a vida dos famosos, sabe que não a vida de Britney é complicada desde tempos.
Em 2007, quase todos os portais ostentavam fotos da artista raspando o cabelo e atacando um carro com um guarda-chuva. Em 2019, o assunto era a perda da guarda dos filhos da cantora, frutos de seu casamento com Kevin Federline. E agora, em 2021, a notícia é de que o pai de Britney foi estabelecido pela justiça como o responsável pelo dinheiro da filha.
E Britney voltou aos topic trends por uns dias.
"Lucky hits different now", entre outras frases variantes, lotam os comentários do vídeo da música Lucky no YouTube. Pra quem não conhece a canção, ela fala da história de uma garota famosa, uma "hollywood girl" que tem de tudo, mas vive infeliz e chora todas as noites. A música foi lançada em 2000, o auge da carreira de Britney.
Com certeza não só eu, mas muita gente na época deve ter suspeitado de que Lucky era a própria Britney. Sim, certo é que músicas de sucesso, assim como todo material artístico de sucesso de massa, seguem padrões de apelo comercial. Mas o questionamento que fica é: por que tanta gente precisou ler um desabafo triste no IG pessoal da cantora pra conseguir enxergar que a vida dela não era um conto de fadas?
Pois é, gente, nem tudo está tão óbvio assim pra todo mundo. A comunicação é uma arte, por isso escritores são denominados artistas, por sua capacidade de transmitir a mensagem com eficácia independentemente da linguagem e estética escolhida. Subjetividades, por definição, estão concernentes às experiências individuais, ao que é próprio do receptor da mensagem.
Então, pra hoje, guarde isso: comunique com eficácia; seja claro, fale muito ou pouco, mas desde que o suficiente para ser compreendido. Sabe aquelas fotos que dispensam legenda? É isso.
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