Meu marido odeia bolinho de arroz, pois toda vez que frito o bendito, o óleo espuma. Não sei o porquê disso. A internet em massa diz que é por causa do excesso de água no óleo, mas não tem água na minha massa. De qualquer forma, isso se repetiu semana passada. Fritei bolinho e o óleo espumou.
Raivas passadas à parte, gosto muito de cozinhar. Por isso, na última ida ao mercado, comprei um pacote de 5kgs de farinha de trigo. Com as compras feitas postas na mesa, eu estava à pia fazendo não lembro o que, quando meu marido comentou: "Você não vai fritar isso, né?" Olhei, e diante dele vi a farinha de trigo e os 30 ovos por 13 reais que comprei. Pensando nos ovos, respondi: "Agora não." Ele falava da farinha. Pra ele, seria óbvio eu assimilar a farinha. Mas assimilei os ovos. Nesse momento, o que era pra ser uma simples conversa, se tornou um martírio pro meu marido. Apesar de todo o enredo sofrido com a farinha e o óleo espumante, os ovos junto na mesa emaranharam meu cérebro, e passamos os minutos seguintes discutindo sobre minha incapacidade de relacionar a fala dele à farinha.
Não sei se já deu pra reparar, mas sou um tipo de pessoa com quem é muito difícil de se manter uma "comunicação normal"; tudo precisa estar bem especificado, definido, pois não consigo captar a intenção de imediato. Talvez seja um sintoma de se viver no mundo da lua, ou talvez Deus tenha me feito assim, simplesmente. De qualquer forma, se as informações não estiverem claras o bastante, não as entendo. E isso faz com que minha vida social seja complicada.
Fracionar os assuntos é algo corriqueiro pra mim, nem sempre é pras outras pessoas. Por isso às vezes soo didática demais, o que é uma chatice pra muita gente; soma-se um ar arrogante, de superioridade que não existe, e voilá, temos uma pessoa que sofre duplamente, mas que não se vitimiza, a não ser em um texto de blog como esse.
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